Claudio Domingos Iovanovitchi Junior (Nuno) - In Memorian

Nuno é filho de Nene, neto de Savo, bisneto de Duchan, trisneto de Jeremias, tetraneto de um povo nômade que aportou no Brasil desde sua origem, compondo a bela tapeçaria da cultura brasileira com sua alegria e seus saberes. Ele já não está entre nós, e se agora falamos dele no presente é porque seu legado vai muito além daquilo que seu pequeno tempo de criança pôde compreender.

Quando nasceu, aquele bebê era uma promessa. Filho de Neiva e Cláudio Iovanovitchi, a chegada do menino tão amado era também, simbolicamente, a certeza da perpetuação de sua família, de seu povo. Nuno cresceu feliz, inteligente e cheio de orgulho de ser quem era, seguindo seu pai para onde quer que este fosse. Curioso, gostava de saber coisas sobre a terra, o fogo, o ar, interessando-se de modo especial pela cultura de seu povo. E pela dos Egípcios: ele adorava aprender sobre pirâmides, hieróglifos e antigos faraós.  

Nuno era um menino feliz. E muito amado.

Quando uma criança nos deixa, um pacto é quebrado. A promessa do universo de que a roda da vida girará, sempre, na direção correta, a da ordem do tempo. E com o pequeno Nuno, não foi diferente. Ele partiu, porém, quase vinte anos depois de sua passagem pela terra, Nuno ainda nos inspira.

Em sua homenagem, foi escrito o livro Zumi Barreshti (Palco das Letras – 2021), um legado para ensinar sobre equidade às crianças das novas gerações, a partir do ponto de vista de um protagonista Rom, não um vilão, mas um herói.

Mais que isso, porém, sua memória é celebrada todos os anos no dia de seu aniversário de nascimento, quando se comemora o dia dos povos ciganos em todo o Estado do Paraná. Uma celebração criada para recordar a todos, ciganos e não ciganos, da presença firme, potente e protagonista das populações ciganas, não só na história sociocultural do Brasil, mas, sobretudo, ainda hoje, presente, em pleno Século XXI. Nuno foi uma promessa para a luta dos povos ciganos do brasil, com sua partida, seu pai ressignificou a dor para a luta.

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