Um espaço que reúne afetos, dores, memórias e histórias.
A nossa história está em nossa memória, e chegou a nossa vez de contá-la!
Estão preparados para acompanhar essa linda trajetória, carregada de luta e amor, da Iugoslávia a Curitiba?
O Museu Virtual de Memórias da Imigração Cigana em Curitiba é um espaço vivo, construído com memórias de famílias ciganas que cruzaram fronteiras e enfrentaram desafios para construir novas histórias.
Se você tem fotos, histórias ou documentos que façam ligação com a família Iovanovitch, contribua para manter essa memória viva!
Pudessem nossos ancestrais vislumbrar o futuro, divisando em seus netos os pais, mães e avós que um dia se tornarão, perceberiam a si mesmos como a raiz sob o tronco de uma imensa árvore. Pudéssemos nós, daqui de futuro, olhar nos olhos de Lepossava – a mulher que, com sua força deu origem a cada um de nós –, o que lhe diríamos?
Sobrevivemos. Lutamos. Somos felizes e estamos aqui.
Mais que história ou preservação da memória, este Museu é nosso modo de agradecer a cada um de nossos antepassados. A todos aqueles que já se foram, e que deixaram suas marcas na estrada de nosso tempo. Seja segurando seus filhos no colo, ou ensinando a andar, a trabalhar, a forjar o ferro e cobre para, da terra, retirar o seu sustento, seja ensinando a falar, aprendendo aos poucos as pequenas palavras de nosso idioma Romani: dad (pai), dea (mamãe) ou mesmo ilo, que quer dizer coração.
O mesmo coração que nos une como família e que nos faz ter a certeza de que é Nuno que nos inspira (de algum lugar) a força para seguir resistindo. O mesmo coração que todos eles colocaram em nós, em tudo o quanto faziam, e, sem o qual não teríamos chegado inteiros até o Século XXI.
Agradecemos a Duchan, que com sua coragem, como um desbravador enfrentou 14 dias e noites nos mares rumo ao desconhecido, permitindo a nossa existência. Agradecemos a Savo e Sveta, que com sua história de amor nos permitiram estar aqui e relembrar nossa ancestralidade. Temos muito de vocês em nós. Agradecemos a Elza por nos permitir herdar os documentos que registram mais de cinco gerações de nossa história.
E agradecemos, antes e acima de tudo, àquele que está presente e sem o qual este Museu não existiria; àquele que dedicou cada segundo de existência a contar suas memórias, nas histórias que desaguam neste Museu: Cláudio Iovanovitchi, que nos ensinou a ser quem somos. Ele nos deixou em março de 2025, mas jamais será pretérito, pois, como ele mesmo dizia, o tempo não existe — é ilusão do homem.
E, se hoje ousamos parafrasear o avô, o marido e o pai que nos deu a vida, é porque ele nos legou muito mais do que nossas curtas existências sobre a terra: o tempo é ilusão do homem, e as fronteiras, imagens criadas para explicar aquilo que ainda não compreendemos. Somos eternos. E Nêne — ou o Cigano, como os amigos carinhosamente o chamavam — viverá muito além de seu tempo, em suas palavras, no legado de sua luta, em cada pequena narrativa que compõe o Museu Virtual Romano; e, rumo ao futuro, em seus descendentes: cada um de nós, os Iovanovitchi — orgulhosamente Ciganos Rom Brasileiros.
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