Duchan, O primeiro Iovanovitch do Brasil
Duchan Iovanovitch, natural da província de Caabat, na antiga Iugoslávia, imigrou para o Brasil em 1926 a bordo do majestoso Navio Giulio Cesare, partindo de Trieste.
Reza a lenda na família que seu verdadeiro destino era os Estados Unidos, afinal, essa seria a rota da embarcação.
Seria. Mas não era. Não mais.
E assim, obra das constelações, do destino, das marés, os primeiros Iovanovitchis vieram parar na América. Não na do Norte, mas na do Sul.
No Brasil.
Elegante, vestia calça risca-de-giz, paletó e chapéu. Desembarcou em Porto Seguro e, mais tarde, no porto de Santos. Ao ouvir da “gadje” no navio que todos iriam ao Rio Grande do Sul, decidiu que esse também seria seu destino.
Com um vasto bigode, posou para a foto do passaporte, documento que o trouxe do Leste Europeu ao Brasil.
Pai de Duchan, Jevrem
Duchan, era filho de Jevrem e Maria.
Falando pelo menos três idiomas – o romani, o português e o idioma de sua terra natal –, Duchan teve quatro filhos, três deles nascidos no Brasil. Faleceu aos 53 anos, vítima de hepatite.
Seu maior legado foi a família. Gerações que se estabeleceram em terras paranaenses, casando-se, construindo suas moradas e transmitindo seus saberes. Até hoje, continuam a luta pelos direitos de seu povo, o Povo Cigano.
Duchan e sua família trabalharam e envelheceram em terras Brasileiras
Foto comparativa de Duchan 12 anos após sua chegada ao Brasil


“O tempo é ilusão do homem
E as fronteiras são riscos em mapas que não existem”
(Cláudio Iovanovitchi)